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Segurança Pública

Polícia Penal: entre a vigilância e a segurança pessoal

Polícia Penal: entre a vigilância prisional e a segurança pessoal

A Polícia Penal é uma instituição de estado voltada para a promoção e manutenção da ordem dentro dos presídios, além de atuarem no setor administrativo e gerencial da instituição de segurança penal.

Atividades da Polícia Penal

Longe dos olhares da maioria da população, os presídios são locais considerados como grandes cidades, com a diferença, é claro, que nela moram as pessoas que foram condenadas pela Justiça por seus crimes praticados, ou que ainda serão julgados, no caso dos presos provisórios.

Como uma típica cidade em menor proporção, os presídios têm outro grupo de moradores, que trabalham em escala de revezamento ou plantão, sendo eles os Policiais Penais.

São eles os responsáveis por manter a segurança dos internos, fazer o transporte dos detentos para hospitais, Fórum e tribunais de Justiça, além da locomoção interna dentro dos presídios, como para a sala onde eles poderão conversar com seus advogados ou familiares.

Por dentro da Polícia Penal

A vida profissional de um Policial Penal é cercada por estresse, por pessoas com as mais diferentes personalidades e perfis criminosos, o que exige dele equilíbrio emocional e técnico par lidar com as mais diferentes situações que podem ocorrer dentro de uma penitenciária.

Eles são ameaçados, ultrajados, odiados e considerados como sendo os “tiranos” dentro da instituição de segurança. Em alguns momentos, eles também são elogiados pelos detentos, porém, não podem ceder ao orgulho da vaidade a ponto de baixar a guarda, já que, por traz de um elogio, pode haver um grande plano de fuga ou de um motim em andamento.

Impacto psicológico

Do lado de fora do presídio, os policiais penais quase sempre estão refletindo sobre algumas situações dentro do presídio, como no perfil de presos altamente perigosos que eles têm que lidar diariamente, ao mesmo tempo em que eles buscam proteger sua família que está do lado de fora. É uma guerra psicológica entre o dever profissional e a segurança familiar.

Em muitos casos, os policiais penais precisam passar por tratamento médico psicológico para suportar ou tratar traumas adquiridos pela exercício da profissão, seja por situações de ameaças de detentos, por pressão de colegas e até da administração penitenciária.

O preço pela honestidade nos presídios

Não são raros os casos em que presidiários de alta periculosidade ameaçam policiais penais, ainda que de forma discreta ou velada. Algumas vezes, há interesses que extrapolam as relações profissionais, principalmente quando há proposta vindas de presos em relação ao pagamento de suborno para que o policial penal possa contribuir de alguma forma com ele ou com as facções dentro do presidio, seja para pequenos favores, ou até para a facilitação de uma fuga.

É uma rotina diária vivida pelos policiais penais em todos os presídios do Brasil. Por outro lado, há também a questão de desvio de conduta de policiais penais em relação aos presos, quando alguns deles são coniventes com planos criminosos dentro da prisão, facilitando fugas, vendendo privilégios, e até levando informações de grupos criminosos ou de facções que estão do lado de fora para os detentos dentro do presídio.

Segurança Prisional e Proteção Familiar

Para os demais profissionais e a da administração penitenciária, separar quem são os Agentes de Segurança Prisional que trabalham dentro da legalidade com aqueles que atuam às margens da lei é outro processo complexo, considerando que nesses casos específicos, o perigo vem de dentro da corporação.

Segundo dados do Ministério da Justiça e Segurança Pública, o número total de custodiados no Brasil é de 644.794 em celas físicas e 190.080 em prisão domiciliar referentes a junho de 2023. Os presos em celas físicas são aqueles que, independentemente de saídas para trabalhar e estudar, dormem no estabelecimento prisional.

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Izaías Sousa
Especialista em Segurança Pública

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