Polícia de São Paulo matou 75% mais pessoas em 2024

Dados da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP) mostrou que as mortes em decorrência de ações policiais mataram 75% mais pessoas em 2024 do que as registradas em 2023.

Mortes em confronto policial

Somente entre janeiro e setembro deste ano, foram registradas 496 mortes, maior número comparados com os registrados no mesmo período em 2023, quando a polícia matou 283 pessoas.

As mortes em decorrência de intervenção policial comprometem as políticas de segurança pública dos estados, o que leva os especialistas em segurança apontar possíveis causas e resultados caso não haja mudanças nas operações realizadas pelos agentes de segurança.

Dados e investigações

Quando há mortes que extrapolam o número tolerado ou que estejam fora das estatísticas habituais dentro de um determinado período, ou quando não há transparência nas investigações sobre os confrontos, certamente o estado deixa de mostrar em que circunstâncias ocorrem os óbitos, o que complemente  o ciclo de investigação sobre a letalidade policial.

Para a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, “Todos os casos de mortes em decorrência de intervenção policial que ocorrem em São Paulo são rigorosamente investigados pelas polícias Civil e Militar, com acompanhamento das respectivas corregedorias, Ministério Público e Poder Judiciário”.

A transparências das ações policiais deve fazer parte dos planos de segurança pública dos estados, com indicadores sobre as operações, incluindo número de mortos em confronto, a dinâmica em que eles ocorreram e os dados sobre os inquéritos que apuram cada caso, além da resposta dos gestores dispensada sobre cada morte ocorrida em confronto.

Operações e números de mortos

No total geral, 384 pessoas morreram em operações policiais em 2023, 275 em 2022 e 447 em 2021. Segundo os dados, das mortes registradas em 2024, 320 pessoas mortas eram pretas ou pardas, e 154 eram brancas.

Outro dado divulgado, 22% das mortes em decorrência de operações policiais ocorreram na Baixada Santista, local onde se concentrou um maior número de operações policiais.